quinta-feira, 7 de março de 2013

Reginaldo Leme relata sua vida profissional na Aceesp

Um dos pioneiros na cobertura do automobilismo no Brasil, jornalista contou histórias sobre sua carreira em um bate-papo com estudantes e profissionais de comunicação

Foto: Antonio Colucci

Com uma carreira brilhante e um currículo invejável, Reginaldo Leme é um dos mais renomados jornalistas que cobrem automobilismo no país. E a sua trajetória de vida profissional foi relatada na última segunda-feira (04/03) em uma palestra para estudantes e profissionais de comunicação na Associação dos Cronistas Esportivos do Estado de São Paulo (Aceesp).

Durante o encontro, Reginaldo Leme deu várias dicas aos participantes sobre a cobertura na Fórmula 1. Para ele, não é fácil ser repórter de automobilismo, sobretudo acompanhar a principal categoria. “É preciso muita dedicação, gostar muito do que faz. Mas a atmosfera da F1 é única”, afirmou.

O jornalista também contou aos participantes do bate-papo os momentos de sua vida profissional e o convívio com os pilotos brasileiros campeões mundiais da Fórmula 1: Emerson Fittipaldi, Nelson Piquet e Ayrton Senna.

De acordo com Reginaldo, os pilotos fizeram parte de sua carreira e cada um tinha uma peculiaridade. “O Emerson foi um desbravador, um cara espetacular. Piquet é Piquet; uma das pessoas mais inteligentes que já conheci, e o Ayrton foi o piloto mais talentoso de todos os tempos”, contou.

A convivência com Senna também foi assunto na palestra. O jornalista falou sobre a relação com o tricampeão mundial. “Ele era um cara bacana, mas difícil de conviver. O Ayrton tinha um revanchismo, uma cobrança com o trabalho da imprensa. Tivemos muitos problemas, mas todos foram resolvidos e um pouco antes dele morrer estávamos refazendo a nossa amizade”, disse.

O convívio de Reginaldo com outro tricampeão da F1, Nelson Piquet, rendeu ao jornalista um furo de reportagem. Em 2008, o filho do ex-piloto, Nelsinho Piquet, que corria pela Renaut no GP de Cingapura, causou um acidente de forma proposital para beneficiar a sua equipe e o seu companheiro Fernando Alonso.

O pai de Nelsinho só ficou sabendo da trapaça em 2009, e decidiu usar aquilo contra o dono da Renaut, Flavio Briatore, o autor da tramoia. Nelson Piquet contou o caso somente para Reginaldo Leme, mas, por orientação do ex-piloto, o jornalista guardou a informação por semanas, até ser divulgada por ele mesmo durante a transmissão do GP de Spa-Francorchamps pela TV Globo.

A “bomba” soltada pelo jornalista foi repercutida pela imprensa mundial, porém, ao se recordar daquela época, Reginaldo confessou que errou em alguns pontos. “Antes da transmissão, eu deveria ter avisado ao repórter e ao câmera que daria a notícia. Assim, eles se preparariam para mostrar o Briatore e eventualmente entrevistá-lo. Foi um erro meu”, completou.

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